BANANADA: OPERANTÍPODA (Parte I) — Marcelo Evelin
Marcelo Evelin estará em residência em Caen e em Faro no mês de abril, e realizará um ensaio aberto no dia 17, às 19h, em Caen.
O Festival Materiais Diversos promove o encontro entre diferentes públicos e imaginários em torno das artes (dança, teatro, música e performance) e do pensamento, questionando a actualidade e promovendo a participação cultural como condição de cidadania. Nasceu em Minde, em 2009, alargou-se a Alcanena e ao Cartaxo (em 2013) e tornou-se um dos mais representativos projectos de programação fora dos grandes centros em Portugal, procurando pensar e agir desde os lugares onde se inscreve. Realizou-se anualmente até 2017 e passou a ser bienal a partir da sua décima edição, em 2019.
De 5 a 15 de outubro de 2023, o Festival Materiais Diversos vai estar em Alcanena e Minde com um programa de espetáculos de dança, teatro e música, instalações e conversas. Desacelerar e tornar visíveis as pessoas, os lugares e os processos são os motes da 12ª edição do festival.
Em 2019, a Materiais Diversos e o BONS SONS dão continuidade à parceria, nas áreas das artes performativas e da música, respectivamente, num cruzamento de programações e de disciplinas artísticas.
Entre os dias 8 e 11 de Agosto, o Auditório Agostinho da Silva será palco de três espectáculos nacionais, programados pela Materiais Diversos no âmbito da 10ª edição do Festival BONS SONS.
08/08/2019
Coexistimos, de Inês Campos
Coexistimos é uma colagem de metáforas sobre o desafio de se ser tantos. Ser o tigre, o domador, o palhaço triste e o ataque de riso, viver vários corpos e ser a realidade dos seus sonhos. Como uma onda no mar, passar por estados temporários e estar inteiramente presente em cada um. O vaguear é um fim em si mesmo, um frenesim que parece magia. Exprime a crença firme de que as artes são promíscuas entre si. Tem dança, teatro, cinema, manipulação de objectos e artifícios variados que tentam criar uma sucessão de ilusões.
09/08/2019
Danza Ricercata, de Tânia Carvalho
Um piano, um compositor, uma música, uma pianista, uma coreógrafa, uma bailarina, uma dança… Quando uma pianista toca, está sempre implícita uma dança que a ajuda na interpretação da música. Esta dança sai como que improvisada, pois o que importa ali é que a música chegue aos ouvintes da forma desejada, e os movimentos são deixados às ordens dessa música. E se esses movimentos fossem coreografados? É esta a proposta da peça: fazer com que os dois lados tenham a mesma importância e que um influencie o outro; pegar nos movimentos que já existem e exagerá-los ou reduzi-los; fazer uma coreografia para uma pianista e para uma música enquanto esta é por si tocada.
Primeiro espetáculo de dança criado pelo trio nortenho, tendo por base o álbum 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte, obra composta por José Cid em 1978. De entre galáxias surgem sons de um planeta ferido, que sublinham a efemeridade humana. Toda a evolução que esta espécie protagonizou parece destinada ao desaparecimento. Restará um universo imenso, possivelmente em expansão. Entre o amor e a guerra haverá um planeta vazio, à espera de ser descoberto, onde reencontraremos o ar e o mar, a terra, o sol, o amor, a paz. Reflectindo sobre a distância, caímos em nós e, entre fugas e rendições, descobrimos o toque. Na ruína ainda temos o gesto e da profundeza de um abraço desdobra-se o afeto que nos salva.