20 anos Materiais Diversos
Em 2023 perfazem 20 anos sobre a criação da Associação Cultural Materiais Diversos, para sempre ligada ao espetáculo Materiais Diversos, que trouxe a Tiago Guedes reconhecimento nacional e internacional como coreógrafo. Marcando esta data, o Município de Alcanena convidou-nos a repor esta peça histórica a única criação de Tiago Guedes para a infância, Matrioska, que estreou em França e já fez mais de 200 apresentações em todas as latitudes, do Brasil a Singapura, passando por Portugal. Compõe-se assim um pequeno ciclo que, além destes dois espetáculos, uma mesa-redonda com Tiago Guedes e João Fiadeiro que marca o início da investigação para o livro sobre circulação em dança a partir do território português (a editar em 2024).
20 anos Materiais Diversos
Cine Teatro São Pedro, Alcanena
2 de Março, às 10h30 | Apresentação da Matrioska
4 de Março, às 17h | Conversa com Tiago Guedes + João Fiadeiro
4 de Março, às 21h30 | Apresentação do Materiais Diversos
Sobre o espetáculo Materiais Diversos, diz Tiago Guedes: “Ao tentar afastar-me cada vez mais de um espetáculo coreográfico, continuando o meu trabalho à volta dos materiais plásticos e da relação intérprete/função, uma inesperada aproximação à coreografia se revelou…
De que forma e de onde se pode ainda extrair coreografia? Como é que, a partir de uma partitura à volta dos materiais, se pode reinventar essa mesma partitura e transformá-la em algo tão abstrato quanto possível? Como é que estes Materiais Diversos (plásticos e coreográficos) se influenciam, se interligam e estabelecem relações entre si?”
Matrioska é um dueto que tem como público-alvo crianças de 6 a 10 anos, o tema principal deste espetáculo de dança é a descoberta — descoberta do ‘Outro’, mas também a descoberta de novos significados perante as coisas que nos rodeiam. A peça está baseada numa narrativa cuja estrutura é ritmada por sucessivas transformações cenográficas. Matrioska parte da ideia que existem muitas camadas sobrepostas nas coisas que vemos. Muitas vezes o que vemos à frente dos nossos olhos não é mais do que uma primeira imagem, a mais imediata de muitas outras que estarão por trás dela.
Ao optar por um trabalho sobre o mistério, Tiago Guedes propõe às crianças um universo habitado de estranheza onde as razões (sobre a origem e as motivações, a maneira de agir de formas abstratas ou de personagens entrevistas) ficam em suspenso. Dá-se preferência a uma abordagem elíptica e intuitiva (e não tanto narrativa) da história, deixando às crianças a liberdade de construírem a sua própria relação com o espectáculo, oferecendo-lhes um jogo em aberto quanto às possíveis resoluções.
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