Festival

O Festival Materiais Diversos promove o encontro entre diferentes públicos e imaginários em torno das artes (dança, teatro, música e performance) e do pensamento, questionando a actualidade e promovendo a participação cultural como condição de cidadania. Nasceu em Minde, em 2009, alargou-se a Alcanena e ao Cartaxo (em 2013) e tornou-se um dos mais representativos projectos de programação fora dos grandes centros em Portugal, procurando pensar e agir desde os lugares onde se inscreve. Realizou-se anualmente até 2017 e passou a ser bienal a partir da sua décima edição, em 2019.

De 5 a 15 de outubro de 2023, o Festival Materiais Diversos vai estar em Alcanena e Minde com um programa de espetáculos de dança, teatro e música, instalações e conversas. Desacelerar e tornar visíveis as pessoas, os lugares e os processos são os motes da 12ª edição do festival.

2023
2021
2019
2017

Co-Produções

FoFo

Ana Rita Teodoro

Mestra em “Dança, Criação e Performance” pelo CNDC de Angers e a Universidade Paris 8 (2011/2013), desenvolveu como pesquisa a criação de uma “Anatomia Delirante”. Em 2002 foi aluna do Curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Fórum Dança e em 2015 do curso de Corografia da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou nas atividades de investigação do c.e.m. explorando a anatomia experiencial, a filosofia e o cruzamento multidisciplinar, com Sofia Neuparth, entre outros. Em 2007/2010 fez o Curso de Instrutores de Chi Kung, da Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Lisboa.
O butoh de Tatsumi Hijikata tem sido uma das suas áreas de investimento artístico. Desde 2007 participou em vários workshops liderados por artistas como: Tadashi Endo, Sankai Juko, Torifune, Akira Kasai, Min Tanaka, Yoshito Ohno, Patrick De Vos e Christine Greiner. Em 2015 recebeu a Bolsa de Aperfeiçoamento Artístico da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar com Yoshito Ohno no Japão e, em 2016, desenvolveu uma pesquisa em torno da prática do Butoh com o apoio do Centre National de la Danse, CN D (Pantin), Aide à la recherche et au patrimoine en danse.
Desde 2009, Ana Rita Teodoro criou as seguintes coreografias a solo – MelTe (2009), Curva (2010), e ASSOMBRO (2014-15) e as peças que constituem a coleção Delirar a Anatomia: Orifice Paradise (2012), Sonho d’Intestino (2013), Palco e Pavilhão (2017). Os seus trabalhos já foram apresentados na Aústria, Alemanha, França e Portugal.

Projectos

A nova criação da artista Ana Rita Teodoro explora a estética fofo (cute em inglês, Kawaï em japonês, mi-mi em francês) nas suas implicações sociais e políticas. Trata-se de uma peça coreográfica que procura expor o fofo enquanto ferramenta de apaziguamento do pensamento crítico (capitalismo, consumismo), ao mesmo tempo que revela o fofo como uma possível estética emancipatória no panorama da dança contemporânea, onde o minimalismo, a força lenta, a não agressividade, o prazer, se colocam face à velocidade, à agressividade e à dureza dos tempos de hoje.
O FoFo é uma estética que têm vindo a ser investigada e analisada por diferentes teóricos da história da arte, da sociologia e da filosofia nos últimos anos. Forma um pilar importante no desenvolvimento das sociedades de consumo e na manipulação de massas, sendo o Japão é um exemplo central.
Observar como se encontra presente em diferentes domínios, na arte, na literatura e no mundo das mercadorias, permite-nos compreender em larga escala a força inerente da “estética dos sem-poder” (powerlessness) como definida por Sianne Ngai. Justamente, na sua investigação em torno da estética “cute” – The cuteness of the avant garde — torna-se evidente que esta não poderá mais, ser marginalizada no mundo da Arte.

Durante o período de criação foram realizadas duas oficinas de pesquisa com adolescentes no Centro Cultural do Cartaxo e Escola Secundária de Alcanena, a partir de práticas de dança, de improvisação e de Butoh.

Cronologia

5 Outubro 2019
Festival Materiais Diversos, Cartaxo
ESTREIA
4 Abril 2019 — 6 Abril 2019
CND Pantain, Paris

Ficha técnica

Concepção coreográfica Ana Rita Teodoro Em colaboração com os bailarinos Marcela Santander Corvalàn, João Dos Santos Martins, Katerina Andreou, Kazuki Fujita Co-produção e residência artística Centre National pour la Danse, Paris Cenografia Sallahdyn Khatir Desenho de Luz Eduardo Abdala Produção Executiva Associação Parasita/ Sinara Suzin Produção delegada HEI Co-produção Centre National de la Danse, Paris, Centre Chorégraphique National de Caen, Normândia, Materiais Diversos, Fundação GDA, Portugal Apoio Fondation d’Entreprise Hermès/programme New Settings, Associação Luzlinar – Feital, Circular Festival de Artes Performativas – Vila do Conde, Alkantara, Lisboa
Agenda