Festival

O Festival Materiais Diversos promove o encontro entre diferentes públicos e imaginários em torno das artes (dança, teatro, música e performance) e do pensamento, questionando a actualidade e promovendo a participação cultural como condição de cidadania. Nasceu em Minde, em 2009, alargou-se a Alcanena e ao Cartaxo (em 2013) e tornou-se um dos mais representativos projectos de programação fora dos grandes centros em Portugal, procurando pensar e agir desde os lugares onde se inscreve. Realizou-se anualmente até 2017 e passou a ser bienal a partir da sua décima edição, em 2019.

De 5 a 15 de outubro de 2023, o Festival Materiais Diversos vai estar em Alcanena e Minde com um programa de espetáculos de dança, teatro e música, instalações e conversas. Desacelerar e tornar visíveis as pessoas, os lugares e os processos são os motes da 12ª edição do festival.

2023
2021
2019
2017

Residências Artísticas
14 Janeiro 2023 – 22 Janeiro 2023
Centro Cultural do Cartaxo

A Minha Vitória como Ginasta de Alta Competição

Lígia Soares

Coreógrafa e dramaturga portuguesa residente em Lisboa. Estudou dança, mas desde 1999 o seu trabalho transita entre as disciplinas da dança, teatro e performance. O seu trabalho tem sido apresentado nacional e internacionalmente (Portugal, Brasil, Alemanha, França, Noruega, Holanda, Bélgica, Sérvia, Croácia, entre outros). Entre 2001 e 2014 foi diretora artística de Máquina Agradável. Desenvolveu também vários contextos de programação com outros artistas como o Demimonde, ou o Face-a-Face. Na sequência de trabalhos como “Romance” (2015), “O Ato da Primavera” (2017), “Turning Backs” (2016), “Jogo de Lençóis” (2019) prossegue uma pesquisa em dispositivos cénicos inclusivos da presença do espectador como elemento constituinte da dramaturgia do espetáculo, incorporando ou substituindo o próprio papel de performer. É mentora em diversos programas de escrita para cena e colabora regularmente como dramaturga em projetos de dança e teatro. As peças “Romance”, “Cinderela”, “Civilização”, “Memorial” e “A Minha Vitória Como Ginasta de Alta Competição” estão editadas pela Douda Correria. Recebeu a bolsa de criação artística e literária da DGLAB em 2020.

© Lígia Soares

Fazermos coisas incríveis, ultrapassarmo-nos, sermos os melhores em alguma coisa, “campeões” como chamam os avôs aos netos rapazes, é ainda olhado como um nobre traço da humanidade. É essa vontade que encontramos nas pessoas traçadas para ganhar que nos serviu de exemplo, levando-nos também a ganhar tantas provas, a desejarmos desafios, a superarmo-nos. O que nunca percebemos é que bem é que isso trouxe ao mundo. Esta é uma peça para ser dita por duas ginastas enquanto treinam para a alta competição, colapsando com a impossibilidade de manter o seu foco face aos dilemas do mundo atual. — Lígia Soares

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